Badis Kyar

Datasheet

Comportamento:

Dada a sua raridade no hobby, o ênfase deve ser dado à reprodução em cativeiro e é altamente recomendável mantê-lo sozinho. Não é um peixe gregário e os machos rivais podem ser muito agressivos entre si, especialmente em tanques menores. Em casos assim, apenas um par ou um macho e várias fêmeas devem ser adquiridos, mas em espaços mais amplos, um grupo pode coexistir, desde que haja espaço para cada macho estabelecer um território e muitas linhas de visão quebradas. A colocação inteligente de cavernas pode ajudar enormemente nesse aspecto; não ceda à tentação de agrupar todos os locais de desova disponíveis numa única área do aquário, por exemplo.

Se pretender manter em um aquário comunitário, os companheiros de tanque devem ser escolhidos com cuidado. É um peixe de movimentos lentos e natureza retraída, podendo ser intimidado ou superado na competição por alimentos por companheiros de tanque maiores ou mais agitados. Cyprinídeos pacíficos como as espécies de Trigonostigma ou Rasbora provavelmente são boas escolhas, assim como guramis e outras espécies que habitam a superfície. Acomodá-lo em uma comunidade estilo biótopo de peixes de Mianmar é mais complicado, embora espécies adequadas da bacia do Ayeyarwady incluam Danio choprae, D. albolineatus, Pethia stoliczkana e Colisa lalia.

Certamente, não o misture com habitantes de fundo semelhantes e territorialistas, como ciclídeos anões, a menos que o aquário seja muito grande, e nunca o mantenha com outras espécies de Badis, pois a hibridação pode ocorrer. Além disso, observe que camarões de água doce dos populares gêneros Caridina e Neocaridina, e certamente seus filhotes, podem ser predados.

Alimentação e Dieta:

As espécies de Badis são micropredadoras que se alimentam de pequenos crustáceos aquáticos, vermes, larvas de insetos e outros zooplâncton. Podem ser um pouco exigentes no aquário e talvez não aceitem alimentos secos, embora em alguns casos aprendam a consumi-los ao longo do tempo. De qualquer forma, devem ser sempre oferecidas refeições regulares de pequenos alimentos vivos ou congelados, como Artemia, Daphnia ou bloodworm, para desenvolver uma coloração e condição ideais. São comedores um tanto tímidos e deliberados e é importante observar que todas as espécies desenvolvem problemas de obesidade e se tornam mais suscetíveis a doenças quando alimentadas com larvas de chironomídeos (bloodworm) e/ou Tubifex, portanto, esses alimentos devem ser omitidos da dieta.

Reprodução:

Esta espécie é excepcionalmente rara no hobby e ainda não foi reproduzida em aquários, mas reproduzimos aqui o método que se mostrou bem-sucedido para outros membros do gênero:As Badis são desovadoras de cavernas que formam pares temporários e geralmente não são muito difíceis de criar, desde que o aquário seja organizado corretamente. Outras espécies devem ser evitadas se desejar aumentar o número de alevinos, embora em uma comunidade madura e bem mobiliada, alguns possam sobreviver até a fase adulta. Pode-se usar um único par ou um grupo de adultos, mas ao usar vários machos, certifique-se de fornecer a cada um uma caverna para defender. Os parâmetros da água devem estar dentro dos valores sugeridos acima. Alimente os peixes com muitos alimentos vivos e congelados, e a desova não deve apresentar muitos problemas.

Conforme entram em condição de reprodução, os machos rivais se tornarão cada vez mais combativos e começarão a exibir comportamentos de corte às fêmeas que entram em seu território escolhido. Durante esse processo, exibem algumas mudanças maravilhosas no padrão, com o corpo intensificando a coloração. O travamento de bocas também é comum; o macho literalmente tenta arrastar sua parceira para a caverna. Uma fêmea receptiva entrará e a desova ocorre com geralmente 30-100 ovos sendo postos.Depois da desova, a fêmea é expulsa e o macho assume a responsabilidade exclusiva pelos ovos e alevinos, defendendo o território contra intrusos e abanando a ninhada com suas nadadeiras. Se desejar, os outros peixes adultos podem ser removidos nesse ponto, embora não seja absolutamente necessário ainda. Os ovos geralmente eclodem em 2-3 dias, mas os alevinos só começam a nadar livremente quando têm 6-8 dias e podem não sair das imediações da caverna por mais uma semana aproximadamente.

A partir desse ponto, os adultos (incluindo o macho reprodutor) podem começar a vê-los como alimento e é melhor transferi-los para um tanque separado. Os jovens peixes são bastante sedentários nos primeiros dias, significando que o microworm é o alimento inicial ideal, mas uma vez que estão visivelmente nadando no ambiente aquático, os náuplios de Artemia podem ser introduzidos na dieta.

Dimorfismo Sexual:

As fêmeas são menores, têm padrões mais opacos e um perfil corporal visivelmente mais curto e arredondado do que os machos. Os machos também tendem a desenvolver nadadeiras ligeiramente alongadas à medida que amadurecem.

Instalação do Aquário:

O B. kyar prosperará em um ambiente bem estruturado, com um substrato de areia ou cascalho e muitas rochas e seixos desgastados pela água para fornecer abrigo. Espécies de plantas que podem ser cultivadas presas à decoração, como espécies de Microsorum, Taxiphyllum ou Anubias, podem ser adicionadas, mas não são essenciais.Embelezamentos como galhos de troncos, plantas flutuantes e folhas secas também podem ser usados para dar um aspecto mais natural, enquanto a iluminação não precisa ser muito forte. A taxa de fluxo deve ser um pouco mais alta do que a maioria das outras espécies de Badis, com um pouco de corrente visível. Algumas estruturas em forma de caverna devem ser incluídas para atuar como potenciais locais de desova; muitos criadores utilizam cascas de coco cortadas ao meio ou vasos de planta de barro virados com buracos perfurados ou partes da borda removidas para permitir o acesso dos peixes.